Da pedra hume às bombas penianas, vamos acabar com as suas dúvidas já!
Dúvidas sobre sexo; quem não tem? Reunimos cinco “cabeludas” e respondemos tudo de uma vez só. Com consultoria de Albertina Duarte Takiuti, ginecologista e coordenadora do Programa de Saúde Integral do Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Sylvia Faria Marzano, médica urologista, e Tatiana Presser, psicóloga e consultora sexual.
Pedra hume funciona para contrair a vagina?
Tão estranho quanto popular, esse “truque” não é novo. A ginecologista Albertina Duarte Takiuti fala sobre a origem da crença: “Durante muito tempo, quando a virgindade ainda era uma cobrança, muitas mulheres usavam pedra hume na vagina, além de determinadas ervas. A ideia era deixar a vagina mais ressecada, endurecida e apertada para que seus maridos não soubessem que elas não eram mais virgens. Também era comum o uso da substância depois do parto normal”, conta.
A prática, contudo, é prejudicial à saúde. O uso da substância – muitas vezes em pó – altera o PH da região íntima, prejudica a lubrificação natural e deixa a mulher mais vulnerável a infecções. Em alguns casos, pode até causar queimaduras. “Já atendi mulheres que tinham corrimento, escaras e feridas. Depois de muito tempo de tratamento elas acabavam contando: ‘costumo usar pedra hume porque meu marido diz que eu fico mais apertada’”.
“Buscar o prazer é superimportante, mas é preciso que a mulher não se violente para esse tipo de situação”, completa a médica. Além disso, existem alternativas saudáveis que tonificam a musculatura da vagina, como o pompoarismo.
2. Bombas penianas aumentam o pênis?
Os anúncios desses produtos impressionam: “Veja o seu pênis crescer, expandir e engrossar”. Mas o efeito real das chamadas bombas penianas é apenas momentâneo. Pior que isso, o uso contínuo pode ser perigoso e com efeitos irreversíveis.
Vendidas em lojas de produtos adultos, as bombas promovem um tipo de ereção passiva ao forçar a irrigação de sangue no pênis por meio de vácuo. As bombas mais caras e “modernas” – a unidade chega facilmente a custar R$500 – prometem expandir o corpo cavernoso do pênis, e, assim, torná-lo maior e mais grosso permanentemente.
Não há estudos que comprovem a eficácia do método, e também existem riscos. “Isso é bem perigoso, o homem coloca um anel de borracha na base do pênis (que fica envolto por um cilindro) e bombeia o aparelho, que vai prendendo o sangue na região , e ele não tem como esvaziá-lo sem a válvula. Além disso, essa ereção mantém o pênis em baixa temperatura, que só pode ser mantida por até 30 minutos, para que não ocorram lesões penianas com a coagulação do sangue”. Em poucos casos o acessório é válido para aqueles homens que sofrem de disfunção erétil, mas com orientação e supervisão médica.
3. Pomadas anestésicas eliminam a dor do sexo anal?
A questão vai além da pomada simplesmente funcionar ou não. Com o ânus anestesiado, a mulher perde a sensibilidade, e, consequentemente, o controle sobre o seu próprio corpo. Dessa forma, ela pode ser ferida e só perceber depois.
Além disso, o sexo deve ser prazeroso para os dois, e não só para ele. “Precisa existir o diálogo sexual”, ensina Albertina Duarte Takiuti, que orienta conversas sinceras sobre o assunto e, se for o caso, muita delicadeza por parte do homem.
Para maior conforto da mulher, os géis lubrificantes podem ser usados – e é melhor não inventar: prefira os antialérgicos à base de água.
4. Jurubeba e catuaba dão disposição sexual?
Esses ingredientes até podem estimular a vontade sexual, mas de forma indireta. “Eles agem como energéticos, que podem aumentar a disposição”, explica a urologista Sylvia Marzano. Contudo, relacionar jurubeba e catuaba diretamente com sexo é um exagero – a pessoa pode ficar mais disposta fisicamente e sem desejo sexual, por exemplo.
De acordo com a psicóloga e consultora sexual Tatiana Presser, a atitude dos pares é mais eficiente do que esses recursos “milagrosos”, que provavelmente se valem do efeito placebo. A especialista explica ainda que, em cinco anos, a frequência sexual do casal cai em até 50%. Por conta da rotina e com o passar do tempo, ela afirma que o sistema de motivação – gerenciado principalmente pela dopamina – acaba respondendo menos, e a vida sexual fica preguiçosa. “O segredo é a mudança. A atitude da pessoa tem que se tornar diferente”, diz. Dessa forma, pequenos atos fariam a dopamina “acordar” novamente em algum tempo, sem mágica.
5. Vibrador alarga a vagina?
Se partirmos do pressuposto de que o vibrador apenas imita o que faz o sexo, então temos essa resposta de maneira bem clara: não, o vibrador não alarga a vagina. Mas, então, por que existem esses mitos? “Antigamente diziam que a masturbação alargava a vagina. Uma lenda para a mulher se sentir culpada”, explica Albertina.
Muito tempo passou e hoje boa parte das mulheres ainda não conhece o próprio corpo. “A mulher estimulada fica mais lubrificada, então ela vai ter a sensação de que está mais alargada, e muitas vezes acaba não se reconhecendo”. Vale lembrar que a vagina é elástica, e quando estimulada adequadamente, se expande.
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